O homem preso nesta quarta-feira (30) por ter agredido e dito ofensas racistas contra o músico Odivaldo Carlos da Silva, de 55 anos, conhecido como Neno, no dia 22 de novembro, afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que recebia dinheiro de alguns comerciantes para bater em pessoas na região central de Curitiba.

Segundo o delegado que acompanha o caso, Danilo Zarlenga, o homem contou que atuava no local para afastar pessoas que tivessem algum tipo de comportamento considerado suspeito. Paulo Cezar Bezerra da Silva, de 36 anos, já tinha passagens na polícia e atuava há quatro meses como segurança particular de maneira irregular.

O delegado afirmou, ainda, que os comerciantes citados pelo agressor serão intimados para prestar depoimento, já que a prática de contratar pessoas, e não empresas certificadas para realização de segurança particular, é considerada ilegal. Um inquérito será instaurado para avaliar a possível ligação entre o homem responsável pelas agressões e os comerciantes.

O agressor foi preso após prestar depoimento no 1º Distrito Policial em Curitiba na tarde desta terça (30). Ele responderá por racismo e tentativa de homicídio e segue preso na triagem da Polícia Civil. O acusado deverá ser transferido para o sistema penitenciário após nova audiência. Ele afirmou para os policiais que o motivo da agressão conta o músico foi pessoal.

Odivaldo foi agredido com golpes de cassetete e mordido por um cachorro enquanto caminhava pela Rua Doutor Faivre, na região central de Curitiba. Segundo testemunhas, durante as agressões, ele também foi ofendido com termos racistas.

O Ministério Público do Paraná informou que a Procuradoria Geral de Justiça designou um promotor para acompanhar as investigações do caso. O promotor Felipe Lyra da Cunha diz que a população deve denunciar crimes do tipo.

Por: Bruno de Oliveira