Começo este comentário citando a chamada “hipótese do mercado eficiente”, que significa o seguinte: as empresas precisam de capital financeiro para fazer seus investimentos e desenvolver seus negócios.

Confira a coluna de José Pio Martins desta segunda-feira (29):

Em geral, os empresários não têm todo o dinheiro de que precisam, razão por que eles recorrem a empréstimos bancários ou lançam ações na bolsa de valores. Um exemplo simples: 63% de todo o capital da Petrobras, que ele usou e usa em suas operações, é dinheiro do público privado, eu, você e quem mais comprou ações da Petrobras.

O investidor que compra ações quer receber dividendos, que é um pedaço do lucro da empresa, e quer que as ações se valorizem. Caso o investidor queira vender as ações que comprou, ele quer vender por um preço superior ao que pagou quando adquirir.

É assim que falamos em ação de rendimento – aquelas que pagam dividendo porque a empresa é lucrativa – e ação de crescimento – aquela que se valoriza porque a empresa vai bem.

No caso de ações, há um mercado organizado pela bolsa de valores, no qual ações são compradas e vendidas todos os dias. Se eu compro ações da Petrobras hoje e daqui a seis meses quero vendê-las, eu vou à bolsa de valores, a Petrobras pegou meu dinheiro e aplicou em seus negócios. Eu sou um pequeno sócio que quer sair do negócio, portanto tenho que vender para outras pessoas que queira comprar. Para isso existe a bolsa de valores.

Sobre o mercado de bens e serviços e mais especificamente sobre o mercado financeiro, existe a hipótese do mercado eficiente. Essa hipótese é um dos elementos mais importantes da Escola de Chicago, segundo a qual os esforços combinados de milhões de investidores inteligentes, motivados e bem informados fazem as informações sobre as empresas e a economia estarem refletidas nos preços de mercado.

É mais ou menos a ideia de que a concorrência é um mercado eficiente. Ou seja, quanto mais empresas começarem a produzir camisas, aumenta a oferta e os preços das camisas devem cair, essa é a lógica. Mas, em outro comentário, eu vou falar por que os mercados nem sempre são eficientes.

Os preços das camisas podem até subir mesmo quando aumenta o número de fábricas de camisas e aumentam as quantidades de camisas produzidas. Esse tema é interessante porque, mesmo sem sabermos, afeta a vida de todos nós.

É isso.

José Pio Martins, economista, professor, palestrante e consultor de economia, finanças e investimentos.