A Fundação de Ação Social afastou os funcionários envolvidos em caso de maus-tratos que foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná. Os esclarecimentos sobre o caso foram prestados, na manhã desta segunda-feira (13), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A sessão ordinária foi reservada a um convite feito à Fundação de Ação Social (FAS) para responder aos questionamentos dos vereadores sobre um caso de maus-tratos contra uma criança autista em uma unidade de acolhimento específica para quem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A Casa do Piá 1, que acolhe crianças e adolescentes entre 7 e 13 anos, foi alvo de uma ação do Ministério Público do Paraná (MPPR), que cobrou ações da prefeitura e esclarecimentos da FAS.

A presidente da Fundação de Ação Social, Maria Alice Erthal, disse que a instituição não compactua com nenhum tipo de violência, seja física ou verbal, e assim que soube do caso, tomou todas as providências necessárias.

Após a análise da documentação enviada pela Fundação de Ação Social, a Corregedoria do Município abriu uma sindicância e determinou o afastamento de quatro funcionários, entre educadores sociais, técnico de enfermagem e auxiliar administrativo.

O Ministério Público fez algumas solicitações em relação à capacitação adequada de novos funcionários, em relação à revisão do contrato com atual empresa que presta serviço e também sobre a instalação de câmeras nas unidades de acolhimento.

Todos esses apontamentos foram relatados após inspeção periódica feita nas unidades, que resultou em 26 procedimentos administrativos, além de apontar situações de maus-tratos sofridas por crianças e adolescentes na Casa Piá 1.

Melissa Ferreira, superintendente executiva da FAS, disse que os profissionais que atuam na instituição passam por atualizações constantes e ressaltou que a instalação de câmeras está em processo de análise.

Segundo a Fundação de Ação Social, das três crianças que passaram pelas situações de maus-tratos, uma já foi transferida da unidade e as outras duas estão em processo de transferência.

Melissa Ferreira disse que as crianças serão ouvidas para que a versão delas seja oficializada.

Ao todo, são oito Unidades de Acolhimento Institucional (UAIs) com capacidade para receber 155 crianças e adolescentes, conforme a prefeitura de Curitiba. Nesses locais, ocorre o acolhimento associado a medidas de proteção, em razão das famílias estarem temporariamente impossibilitadas de cumprir sua função de cuidado e proteção.