Um relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com dados referentes ao período de janeiro a setembro do ano passado, aponta que a recusa das famílias brasileiras para a doação de órgãos aumentou nos últimos anos. O Paraná é destaque nacional na aceitação das famílias que concordam em doar os órgãos. A média brasileira é 53%.

De acordo com dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, em 2022 o estado recebeu 1.179 notificações de potenciais doadores de órgãos. Desses, 471 se tornaram efetivamente doadores e ajudaram a salvar diversas vidas no estado. As famílias paranaenses possuem o menor índice de recusa para este tipo de procedimento, chegando a 72% de aprovação das doações.

A enfermeira Rosane Almeida de Freitas, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Universitário de Maringá (HU-UEM) explica como o estado tem esse convencimento das famílias com tamanha consistência ano após ano.

Na lista de espera no Paraná estão mais de três mil pessoas. Elas aguardam principalmente por órgãos como rim (1.772) e córnea (1.102). Segundo a enfermeira Caroline Marchi, que integra a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Universitário de Londrina (HU-UEL), a busca por doadores conta com uma equipe multidisciplinar.

A doação pode acontecer em vida e também quando o paciente tem uma morte encefálica constatada em casos de traumas, AVCs e outras condições. Para se tornar um doador a pessoa precisa avisar a sua família.