Nesta Curitiba de 1532, ainda não há notícias de desbravadores europeus. A criação das capitanias hereditárias em nada mudou a vida dos atuais moradores que, hoje, tem como maior inimigo, o frio intenso do inverno curitibano me revelando algo muito diferente das cenas que envolvem o nosso imaginário e as telas sobre o descobrimento do Brasil.

Lembremos que o encontro dos portugueses com os indígenas aconteceu em território baiano, em um mês de abril. Por aqui, em um mês de julho, o clima, as temperaturas e a moda outono/inverno são bem diferentes.

No lugar de corpos nus, o que vejo são corpos protegidos por folhas, penas, palhas ou peles de animais.

Pouca roupa, somente para aqueles que se reúnem ao redor das fogueiras, ou estão protegidos em suas tindiqueras, as grandes construções subterrâneas cobertas com folhas, que os protegem da chuva e do frio.

E a técnica não se limita a roupas e construções.  O chá de erva-mate, que no futuro será conhecido como chimarrão e os mingaus, também são utilizados para aquecer o corpo.

Eduardo Fenianos, Repórter da História.