Você já se deparou com propagandas de cigarro ou até ouviu dizer que fumar era “coisa da moda”? Certamente pessoas com mais de 40 anos já ouviram algo desse tipo. Nesse tempo, muita coisa mudou: propagandas para compra de cigarro foram proibidas e muitas campanhas de saúde conseguiram reduzir o consumo de cigarro no Brasil, cada vez mais comprovando sua conexão com doenças pulmonares e câncer.

Mas todos os esforços ainda não foram suficientes e são reforçados ainda mais neste Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado nesta sexta-feira (31). Nos últimos seis anos, o cigarro eletrônico ganhou espaço entre jovens e tornou o Paraná líder no consumo desse dispositivo no Brasil.  No Paraná, 4,5% da população adulta utiliza o cigarro eletrônico, segundo dados do levantamento da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec).

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Quando se fala em tabaco no geral os dados são ainda maiores. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) mais recente, de 2019, apontou que 31,6% de jovens entre 13 e 17 anos no Paraná afirmaram terem fumado um cigarro. Em Curitiba o percentual de escolares que afirmaram já terem experimentado foi de 23,2%.

Quando se fala em prejuízos à saúde, problemas de pulmão são rapidamente lembrados, mas o tabagismo também causa problemas em outros órgãos. O médico urologista, professor titular da Faculdade Evangélica Mackenzie e diretor científico do Uroville – Urologia Avançada, Paulo Jaworski, explica que o tabagismo também afeta a saúde urinária e é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de bexiga, aumentando em até três vezes as chances de ter a doença.

O médico orienta para casos de urina no sangue, sintoma comum nos casos de câncer de bexiga. Se a pessoa for fumante e tiver mais de 50 anos é preciso ficar ainda mais atento.

O tema da campanha deste ano tem como foco proteger as crianças do cigarro, com foco nos cigarros eletrônicos, que são mais populares entre os adolescentes. O médico oncologista, Bruno Ribeiro Batista, alerta que o dispositivo eletrônico causa irritações no pulmão e pode ser pior que o cigarro tradicional.

Segundo o médico, o primeiro passo é decidir parar de fumar e procurar médico para passar por avaliação do caso.

O tratamento é realizado em diferentes frentes dependendo do caso. É comum encontrar em farmácias ou em propagandas os adesivos para combater o vício. Segundo o médico, esse é um dos tratamentos utilizados, além de acompanhamento médico e até psicológico.

No caso do cigarro eletrônico, também é preciso lembrar que esse dispositivo é proibido no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso significa que  pessoas que praticam comercialização ou distribuição ficam sujeitas a advertência, interdição, recolhimento e multa, entre outras.

Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) é possível realizar tratamento com abordagem psicológica, material de apoio e, quando houver indicação, tratamento medicamentoso com terapia de reposição de nicotina (TRN)
As Unidades de Saúde que oferecem o tratamento no Paraná podem ser conferidas no site saude.pr.gov.br. Confira: CNES – Serviço Especializado – SERVIÇO DE CONTROLE DE TABAGISMO.pdf (saude.pr.gov.br).