A Polícia Civil do Paraná realizou, na manhã desta quarta-feira (29), a reconstituição do assassinato de Antônio Carlos Antunes, de 51 anos, baleado dentro do banheiro do Barbaran, tradicional bar localizado no Centro de Curitiba. A ação faz parte das investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, com acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil.
A reconstituição teve o objetivo de detalhar as circunstâncias do disparo feito pelo policial civil Marcelo Mariano Pereira, de 36 anos, que estava de folga na noite do crime, ocorrido em 26 de setembro. Os investigadores buscam compreender a dinâmica exata da briga e confirmar se o disparo foi realmente em legítima defesa, como sustenta a defesa do agente.
Relembre o caso
A confusão teria começado dentro do banheiro do bar, quando Marcelo retirou um copo que estava em cima da pia, acreditando que o objeto havia sido deixado para trás. O dono do copo, que seria Antônio Carlos Antunes, teria se irritado com a atitude e iniciado uma discussão que terminou em agressões físicas.
SAIBA MAIS:
O policial, segundo sua defesa, chegou a se identificar como agente de segurança, mas, encurralado e sendo golpeado no rosto e na cabeça, sacou a arma e disparou um único tiro, atingindo Antônio no tórax.
A advogada da família da vítima, Caroline Mattar Assad, contesta a tese de legítima defesa.
Para Heitor Bender, advogado de defesa, o agente de segurança não teve a intenção de matar.
Vítima ficou internada em estado grave
Antônio foi socorrido e levado ao Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, onde passou por cirurgia e permaneceu internado em estado grave na UTI. Após cinco dias de internação, ele não resistiu aos ferimentos e morreu em 1º de outubro.
Na ocasião da briga, o policial também precisou de atendimento médico no Hospital Cajuru, apresentando lesões compatíveis com socos e sendo submetido a exames neurológicos.
Investigação e depoimentos
Após receber alta, Marcelo prestou depoimento na Polícia Civil. O delegado de plantão optou por não lavrar prisão em flagrante, alegando indícios de legítima defesa e destacando fatores como o disparo único, os ferimentos sofridos pelo policial, sua permanência no local após o ocorrido e o acionamento imediato da Polícia Militar.
Imagens das câmeras de segurança do Barbaran já haviam sido entregues à Polícia Civil e auxiliaram na reconstituição desta quarta-feira, que buscou esclarecer o posicionamento dos envolvidos e o momento do disparo.
O delegado responsável pelo caso, Ivo Viana, explicou que a necessidade da reconstituição surgiu no curso da investigação. Testemunhas que estavam no local do crime foram chamadas pela Polícia Civil.
Ele destacou que não há prazo para a conclusão do inquérito.
O policial segue em liberdade, atuando em funções administrativas. A Corregedoria da Polícia Civil acompanha o caso e deverá analisar, junto com o inquérito, se a conduta do policial foi compatível com os protocolos de defesa pessoal e uso da arma de fogo.








