A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) sediou, nesta quarta-feira (15), uma audiência pública para discutir os riscos do metanol à saúde e estratégias de combate à adulteração de bebidas alcoólicas. O encontro ocorreu no Plenarinho e reuniu autoridades do estado, representantes do setor produtivo e especialistas.
A iniciativa partiu da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, com o objetivo de unir governo, empresas e sociedade civil para enfrentar um problema que ameaça vidas e impacta a economia. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas, Fábio Aguayo, destacou a importância do debate.
Risco de contaminação
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos e é altamente perigoso quando ingerido. No organismo, ele afeta inicialmente o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. A substância também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
No Paraná, quatro casos de intoxicação por metanol foram confirmados, todos em Curitiba. O secretário de saúde em exercício, César Neves, esteve na audiência e falou sobre a aquisição de antídotos para pacientes que fossem internados após ingerir bebidas adulteradas.
Durante a audiência, especialistas alertaram para os prejuízos econômicos causados pelas bebidas adulteradas, que comprometem empresas que atuam legalmente e enfraquecem a competitividade do setor.
A expectativa era de que o debate resultasse em propostas concretas, como intensificação da fiscalização, ampliação da conscientização da população e responsabilização de quem pratica fraudes. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, Luciano Barros, afirmou que é preciso ampliar políticas de fiscalização.
SAIBA MAIS:
Dentre as iniciativas apresentadas na audiência, destacou-se o movimento Bebida Legal, que busca orientar consumidores e comerciantes sobre os riscos de produtos falsificados e descaminhados. A campanha ganhou dimensão nacional após registros de intoxicações por metanol em diversos estados, incluindo o Paraná.
Outra ação apresentada foi a parceria inédita entre a Abrabar e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por meio do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear do Setor de Exatas da instituição, foram realizadas análises técnicas e testes de autenticidade em bebidas comercializadas em bares e restaurantes, unindo ciência e setor produtivo para garantir mais segurança ao consumidor e respaldo jurídico aos empresários.








