O prefeito Eduardo Pimentel (PSD) apresentou, nesta sexta-feira (19), o modelo da nova concessão do transporte coletivo de Curitiba. Um dos grandes destaques é a implantação de integração entre todas as linhas da capital, com foco na agilidade do deslocamento e na qualidade do serviço. Atualmente, 65% das viagens de Curitiba ocorrem com integração, em que o passageiro troca de linha sem pagar uma segunda passagem. Essas integrações acontecem em terminais e em algumas estações-tubo. Com a nova concessão, 100% das linhas terão integração temporal entre si e a conexão poderá ser feita em qualquer ponto de embarque durante um período de tempo, o que dá aos usuários a flexibilidade para encontrar melhores rotas, reduzindo a quantidade de transbordos e o tempo nas viagens.

O edital prevê o modelo de concessão comum com subsídio e subvenção a investimentos com prazo de 15 anos. O valor de referência de remuneração é de R$ 18 bilhões para a operação neste período. A nova concessão prevê o leilão de cinco lotes: são dois de BRTs (abrangendo as linhas que circulam em canaletas exclusivas) e três regionais (Norte, Sul e Oeste).


SAIBA MAIS


O atual contrato, que venceria neste ano, foi prorrogado sob a justificativa de garantir a transição para a futura concessão.

Durante a apresentação da nova modelagem do transporte coletivo de Curitiba, o prefeito Eduardo Pimentel (PSD) garantiu a estabilidade da tarifa de ônibus nos atuais R$ 6, com cálculo feito por quilômetro rodado. Essa também é uma mudança em relação ao atual contrato.

A publicação do edital está prevista para novembro e o leilão deve ser realizado na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), em janeiro de 2026, com início de contrato em junho do próximo ano.

O que prevê o novo modelo?

A modelagem prevê concessão do tipo comum com subsídio para a tarifa e subvenção ao investimento em frota elétrica e infraestrutura de recarga. Os concessionários dos lotes BRT 1 e 2 serão responsáveis pela operação do serviço de transporte, fornecimento de frota elétrica e a diesel, infraestrutura de recarga (eletropostos e garagens) e a operação e a manutenção da infraestrutura de mobilidade urbana (estações-tubo e plataformas elevadas nos terminais). Essa última atribuição era, até agora, de competência da Urbs, que já terceirizava o serviço.

Os concessionários dos lotes regionais serão responsáveis pela operação do serviço de transporte, fornecimento de frota elétrica e a diesel e infraestrutura de recarga (garagens).

O planejamento operacional, gestão e fiscalização do sistema e a bilhetagem eletrônica ficarão a cargo da Urbs.

Segundo o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, houve avanços para o sistema curitibano.

Ele ainda explicou mais como funcionára o subsídio e a subvenção.

Estrutura do transporte coletivo de Curitiba

O sistema de transporte de Curitiba envolve 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e frota de 1.189 ônibus. São 555 mil passageiros pagantes/dia útil e 6,4 milhões de viagens por mês.

O projeto prevê investimento de R$ 3,7 bilhões em 15 anos, que incluem a aquisição de 245 ônibus elétricos em cinco anos, de 149 ônibus a diesel modelo Euro 6 no início do contrato e mais 1.084 veículos ao longo de 15 anos. Também prevê a construção de dois eletropostos públicos, nos terminais Capão Raso e Capão da Imbuia, com 42 carregadores, nos próximos cinco anos, e infraestrutura de carregamento nas garagens (107 carregadores). Além disso, estão programadas a construção e requalificação de 16 estações-tubo, reformulação de traçados de 30 itinerários e criação de cinco novas linhas.

A frota operacional será ampliada de 1.189 para 1.234 ônibus e os novos veículos virão equipados com câmeras de monitoramento e ar-condicionado.

Os estudos da nova concessão também contemplam simulações, a partir do quinto ano, para a entrada em operação do VLT Curitiba, projeto que está em estudo e que ligará o Centro Cívico ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais.

* Com informações de Johan Gaissler e prefeitura de Curitiba