O Paraná registrou mais de 600 crimes sexuais contra crianças e adolescentes no ano de 2024. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.
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Apenas no Paraná, foram 271 casos de produção ou distribuição de material de abuso sexual infantil de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. Outros 40 casos envolveram exploração sexual infantil no estado.
Também registrados 196 crimes de aliciamento de crianças com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
Os números acenderam alerta no estado e também em todo o país depois que o tema da adultização de crianças repercurtiu na internet por conta de denúncias do Youtuber Felca sobre a prática cometida por influenciadores para obtenção de lucro.
Assim como em todo o Brasil, produção de materiais na internet com crianças e adolescentes é um problema no Paraná. O Delegado do Núcleo de Cibersegurança da Polícia Civil do estado, José Barreto, detalha os perigos da divulgação de conteúdos de crianças na internet com o intuito de monetização.
Ele explica que mesmo sem intenções ruins, os conteúdos também podem ser espalhados por criminosos com intuito sexual.
Movimento nacional trabalha na conscientização dos pais
Por não se tratar de um problema recente, diversos especialistas e inclusive entidades orientam os pais a tomarem cuidado com a forma com que as crianças se expõem na internet e o tipo de conteúdo que assistem.
No estado, o assunto vem sendo abordado há muito tempo pelo Movimento Desconecta, que propõe a redução no tempo das crianças em frente às telas e o adiamento de seu primeiro contato com os smartphones.
Integrante de uma comissão do movimento no estado, Karolini Mello explica que o maior problema relatado pelos pais é a visualização de conteúdos pornográficos pelas crianças de forma não intencional.
Segundo ela, alguns vídeos começam de forma infantil para atrair crianças e, depois, vão se tornando explícitos.
Ela defende o uso consciente da internet, que pode ser utilizada de forma saudável.
Propostas estaduais
Mesmo com as orientações, os perigos da adultização já se tornaram pauta nacional. Na Câmara dos Deputados, mais de 30 projetos foram protocolados com diferentes propostas para coibir a prática.
No Paraná, outros três projetos estaduais similares foram protocolados na Assembleia Legislativa do Estado.
No estado, as propostas dos deputados Mara Lima (Rep), Tito Barichello (União) e Ricardo Arruda (PL) sugerem mudanças como a proibição de eventos, campanhas e ações institucionais que incentivem a adultização infantil, criar um instrumento legal que permita ao Paraná atuar de forma mais eficaz na prevenção e no combate à exposição indevida de crianças e adolescentes, proibição de veicular, promover, produzir ou divulgar qualquer conteúdo, direto ou indireto, que exponha menores a comportamentos, linguagens, vestimentas ou contextos de cunho erótico ou sexual incompatíveis com seu desenvolvimento.
Tanto em Brasília quanto no Paraná, os projetos ainda precisam tramitar e serem aprovados para que mudanças sejam implementadas. Não há previsão ainda para fim das discussões.








