O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que eleva para 50% a tarifa de importação de produtos brasileiros. A situação repercutiu no agronegócio no Paraná, que exportou US$ 1,5 bilhão para o país em 2024.
A medida, que começa em 6 de agosto, exclui cerca de 700 itens da nova taxação, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, aeronaves civis e seus componentes, além de polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.
No entanto, itens como café, frutas e carnes, que são produtos de grande peso nas exportações brasileiras, não estão na lista de exceções e passarão a ser taxados integralmente. As mercadorias já em trânsito para os Estados Unidos não serão afetadas.
SAIBA MAIS:
O documento assinado por Trump classifica o Brasil como uma ameaça incomum e extraordinária à segurança dos Estados Unidos, linguagem semelhante à utilizada pelo governo norte-americano para justificar sanções contra países como Cuba, Venezuela e Irã.
No primeiro bimestre de 2025, os Estados Unidos foram o terceiro maior importador do Paraná, com US$ 214 milhões. A nova medida prevê que a lista seja revista caso o Brasil adote medidas alinhadas às políticas de segurança, economia e relações exteriores de Trump.
O representante do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP, Anderson Sartorelli, disse que a notícia foi recebida com certo alívio, mas há preocupação com produtos ainda tarifados. Para ele, a retirada de produtos da lista representa abertura para o diálogo.
Trump também advertiu que, se houver retaliação por parte do Brasil com aumento de tarifas para produtos norte-americanos, poderá elevar ainda mais as alíquotas sobre as exportações brasileiras. Para o técnico do Sistema FAEP, o Brasil precisa evitar medidas de reciprocidade.
Grande volume de exportações
No primeiro semestre de 2025, as exportações paranaenses para os Estados Unidos apresentaram crescimento nas principais categorias em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Os produtos florestais continuam liderando a pauta, passando de US$ 330 milhões em 2024 para US$ 331 milhões em 2025. O café teve leve alta, de US$ 35 milhões para US$ 36 milhões. Os pescados também registraram aumento, saindo de US$ 16 milhões para US$ 17 milhões.
O maior destaque ficou para os produtos apícolas, que mais que triplicaram as vendas, saltando de US$ 3 milhões para US$ 10 milhões, um crescimento de 233%. Outro avanço expressivo foi o dos sucos, que passaram de US$ 2 milhões para US$ 9 milhões, aumento de 345% no período.








