A Federação das Indústrias do Paraná, pede ao governo do Paraná medidas emergenciais para minimizar impactos da taxação dos EUA, nesta sexta-feira (25).

Segundo a Fiep, entidades e empresários sugeriram uma série de ações para dar fôlego às indústrias afetadas e preservar milhares de empregos, em reunião com a Secretaria da Fazenda.


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O coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep, Paulo Roberto Pupo, liderou a comitiva industrial e disse que é preciso buscar ferramentas emergenciais para este momento.

Durante o encontro, a Fiep também entregou um ofício à secretaria em que destaca os impactos diretos da medida para a economia paranaense, sugerindo ações imediatas para mitigar os prejuízos e dar fôlego às empresas afetadas, com foco principalmente na preservação de milhares de empregos.

Prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, a tarifa já causa prejuízo para diversos segmentos exportadores devido ao cancelamento de contratos, segundo a Fiep.

Impactos

A Fiep afirma que a nova tarifa norte-americana já vem comprometendo as exportações do Paraná e pode ter consequências ainda mais severas. Em 2024, o estado exportou cerca de US$ 1,58 bilhão aos EUA. A maior parte dessas vendas, totalizando US$ 1,19 bilhão, foi de produtos dos setores da madeira, móveis, carne, café e mate, pescados, couro e calçados, mel, metalmecânico, siderurgia, cerâmica, papel e celulose e sucos. Juntos, esses segmentos são responsáveis por mais de 380 mil empregos diretos e 240 mil indiretos no estado.

Medidas emergenciais

A Federação pediu à Secretaria da Fazenda a implementação de medidas para auxiliar na monetização das indústrias afetadas e amenizar os impactos da taxação principalmente sobre os empregos. Entre as propostas estão:

1. Liberação dos saldos de crédito de ICMS habilitados no Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred) e em conta-gráfica para imediata monetização;

2. Redução do percentual de 80% para 50% para definição das empresas preponderantemente exportadoras;

3. Criação de linhas de crédito específicas para manutenção das atividades com juros subsidiados e com acesso facilitado;

4. Postergação das parcelas com vencimento a partir de julho de 2025 referentes a financiamentos junto à Fomento Paraná e ao BRDE para o final do contrato, sem prejuízo da contratação de novos financiamentos;

5. Suspensão das medidas de controle, acompanhamento, fiscalização e sanções referentes aos Projetos de Investimento do Programa Paraná Competitivo.

 

Além disso, a Fiep pede que o governo do Estado se posicione formalmente junto ao governo federal defendendo uma articulação técnica-comercial conduzida pelos governadores para negociação das tarifas. Solicita, ainda, que o Estado defenda o adiamento do início da data de vigência de qualquer imposição de tarifas pelo prazo mínimo de 90 dias e que se evite a utilização da Lei da Reciprocidade Econômica por parte do Brasil. Além disso, a Federação sugere que o Executivo estadual incentive a busca pela abertura de novos mercados dentro e fora do país para produtos paranaenses e que se posicione favorável à criação de um novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, como o que foi instaurado em 2020, durante a pandemia de Covid.

Compromissos

Também segundo a Fiep, o secretário Norberto Ortigada afirmou que o governo do Estado adotará medidas para auxiliar as empresas, seguindo as sugestões da Fiep. Afirmou que o Estado vai adotar as medidas sugeridas pela Fiep, devendo anunciá-las oficialmente nos próximos dias.