O Ministério da Saúde inaugurou em Curitiba a maior biofábrica do mundo especializada na criação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, neste sábado (19).
O mosquito criado com esta bactéria não prolifera o vírus causador da dengue. A ideia é liberar estes mosquitos na natureza para se reproduzirem e infectarem outros mosquitos da espécie para que também se tornem ausentes do vírus da dengue, criando uma reação em cadeia, como explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Método já foi testado
A biofábrica terá capacidade para produzir 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, segundo o Ministério da Saúde. O objetivo é reduzir significativamente os números de casos de arboviroses no país.
SAIBA MAIS
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A técnica de disseminação de insetos para impedir uma doença não é nova e está presente em 14 países. No Brasil, o método foi testado em Niterói (RJ), onde a redução dos casos de dengue chegou a 69%, de acordo com estudos preliminares.
O diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde, César Neves, lembrou que o Paraná foi fortemente atingido por casos de dengue nos últimos dois anos.
Inicialmente, a unidade atenderá exclusivamente ao Ministério da Saúde, com distribuição dos mosquitos para diversas regiões do Brasil com altos índices de dengue.
Até agora o método já foi implantado em oito cidades: Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande, Joinville (SC), Belo Horizonte e Petrolina (PE). O diretor-geral também destacou quais cidades paranaenses poderiam receber os mosquitos com a bactéria.
Cuidados básicos contra a dengue seguem
A liberação destes mosquitos para, aos poucos, diminuírem a incidência da dengue não elimina a necessidade de manter os cuidados básicos contra a dengue, reforça o Ministério da Saúde.
A população ainda deve eliminar os criadouros do mosquito, sem deixar objetos que possam acumular água ao ar livre.
Paraná registra mais de 100 mortes por dengue em 2025
Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná já registrou 84 mil diagnósticos e 101 mortes causadas pela dengue no estado.
Já nos últimos dois anos, o Paraná chegou a registrar um surto de dengue com número recorde de confirmações.
Entre julho de 2023 a julho de 2024, o estado contabilizou mais de 625 mil casos e 741 mortes em todo o estado.








