O modo como o grupo contratado por credores fazia as cobranças de dívidas foi relatado por devedores à Polícia Civil do Paraná (PCPR). Segundo relatos das quatro vítimas, os suspeitos intimidavam e faziam ameaças, o que configura o crime de extorsão. Houve relatos de que os cobradores portavam armas de fogo, para intimidar e forçar o pagamento dos valores devidos.

A investigação

A investigação foi iniciada em novembro de 2024 e descobriu que o grupo contratado cobrava cerca de 30% do valor da dívida para fazer as cobranças, muitas vezes dadas como perdidas pelos credores, conforme a Polícia Civil.

O delegado da Polícia Civil, Fabiano Oliveira, falou que a operação, batizada de “Pacto Social”, começou após uma cobrança de dívida entre permissionários de boxes da Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa).

Diante dos indícios, a Polícia Civil cumpriu, na manhã desta quinta-feira (3), sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos sete suspeitos nos bairros Tatuquara, Umbará, Sítio Cercado e Cajuru.

Durante a ação, um homem, de 43 anos, foi preso em flagrante. Na residência dele, foram encontradas duas armas de fogo, 26 munições calibre 9mm, um par de algemas, um facão e uma faca. O homem foi detido por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munições.


SAIBA MAIS


De acordo com as investigações, o suspeito preso faz parte do grupo criminoso.

O delegado Fabiano Oliveira falou que durante o cumprimento dos mandados de busca foi apreendido um conjunto funcional do serviço público estadual, de uma pessoa que não possui mais vínculo com o estado.

As pessoas identificadas nos cheques serão chamadas para que a polícia possa obter mais informações sobre as dívidas.

Segundo a Polícia Civil, em um dos casos, comerciantes foram coagidos para fazer o pagamento de uma dívida de R$ 100 mil. Já em outra situação, um homem foi abordado para que quitasse um débito de R$ 130 mil.

A PCPR informou que as investigações continuam para identificar todas as pessoas envolvidas nesse grupo criminoso e determinar se eles se enquadram no crime de associação ou organização criminosa, além de identificar possíveis novas vítimas. Um computador e um celular, apreendidos na casa do homem preso, podem ajudar a identificar mais vítimas.

O homem preso foi encaminhado ao sistema penitenciário e permanece à disposição da Justiça.