A casa em que o escritor paranaense Dalton Trevisan morou por 68 de seus 99 anos será transformada em um espaço cultural. O imóvel fica próximo à região central de Curitiba, capital do Paraná.

Construída no final da década de 1920, a casa é tombada desde 2017 como Unidade de Interesse de Preservação (UIP) pelo município e, por lei, deve ser preservada. A ação será uma parceria entre a prefeitura da cidade e uma construtora.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, durante um evento que ocorre no espaço cultural Solar da Glória, onde está sendo feita a exposição 100 anos: Dalton Trevisan entre traços e linhas, que faz uma homenagem ao centenário do Vampiro de Curitiba.

A restauração da casa será realizada em paralelo à construção de um prédio residencial no mesmo terreno. A previsão é que o Centro Cultural Dalton Trevisan seja inaugurado após a conclusão das obras do condomínio.

Trajetória de Dalton Trevisan

Discreto, recluso e conhecido como o Vampiro de Curitiba, Dalton Trevisan, que não queria ser notado, construiu uma das trajetórias mais respeitadas da literatura brasileira.

Considerado o maior contista do país, publicou cerca de 50 obras, entre contos e novelas. Seu único romance, A Polaquinha, está entre os mais lidos nas Casas da Leitura da cidade, que disponibilizam mais de 90% de sua produção para empréstimo gratuito.

Nascido em Curitiba, em 1925, Trevisan formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná e teve participação ativa na cena literária local desde jovem. Foi repórter policial, crítico de cinema e, entre 1946 e 1948, editou a revista Joaquim, que marcou época ao publicar nomes como Mário de Andrade e Vinícius de Moraes.

Ao longo da carreira, foi reconhecido com os principais prêmios literários em língua portuguesa, entre eles quatro Jabutis, o Prêmio Camões e o Prêmio Machado de Assis.

Dalton, que faleceu em dezembro passado, completaria 100 anos neste sábado (14).

Com informações da Prefeitura de Curitiba