O desmatamento ilegal da Mata Atlântica reduziu 64,9% no Paraná em 2024. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15) em nova edição do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) no Brasil, pelo MapBiomas, iniciativa multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia. A área de supressão vegetal do bioma diminuiu de 1.230 hectares em 2023 para 432 hectares em 2024.
Proporcionalmente, o Paraná alcançou o terceiro melhor desempenho do País no período, segundo a pesquisa, atrás apenas do Distrito Federal (-95,1%) e de Goiás (-71,9%).
O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, disse que o resultado é positivo, mas que é necessário trabalhar para zerar o desmatamento”.
O estudo também aponta que o estado atendeu 82,2% das ocorrências, com 77% de autuação, de 2019 a 2024.
De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), a redução no desmatamento vai de encontro com melhoras no serviço de fiscalização no estado. De 2021 para 2024, o número de Autos de Infração Ambiental (AIAs) ligados a crimes contra a flora nativa aumentou em 65%, passando de 3.183 para 5.252.
O valor total de multas passou de R$ 78.797.343 para R$ 134.067.876 de 2021 para 2024, um aumento de 70%. A redução da supressão vegetal no período foi de 95%, de 6.939 hectares para 329 hectares, segundo o IAT. O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, destacou o papel das as autuações.
Um dos principais biomas do Brasil, a Mata Atlântica remanescente corresponde a 12,4% da área original, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica. Com quase 6 milhões de hectares preservados, o Paraná é o segundo estado em remanescente do bioma, atrás apenas de Minas Gerais.
O doutor em Ciências e diretor de Ensino e Aprendizagem do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Rafael Zampar, explica que o desmatamento traz impactos para o clima e agricultura.
Para evitar maiores prejuízos, órgãos fiscalizadores e entidades contam cada vez mais com melhores tecnologias de monitoramento, como explica a doutora em geografia pela Universidade Federal do Paraná, Larissa Warnavin.
Ela explica que é essencial preservar as áreas ainda existentes. Alguns projetos investem no processo de regeneração ecológica, mas leva tempo para recuperação de áreas já degradadas.
No Paraná, por meio de Lei Estadual, os valores arrecadados com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual
Além disso, a população também pode denunciar crimes contra a flora e a fauna silvestres. Segundo o Governo do Paraná, o principal canal do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Paraná é o Disque-Denúncia 181.








