A decisão foi proferida pelo desembargador Gamaliel Seme Scaff, que autorizou o cumprimento da pena em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. Jorge Guaranho deixou o Complexo Penal de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, na tarde de sábado (15), acompanhado do advogado de defesa, Samir Mattar Assad.

O ex-policial penal ficou apenas um dia no local após receber a sentença de 20 anos de prisão pelo homicídio de Marcelo Arruda, Guarda Municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT). O crime foi cometido em Foz do Iguaçu no dia 9 de julho de 2022.

Na decisão, o ex-policial penal deve cumprir prisão domiciliar na comarca de Curitiba, que inclui, além da capital, algumas cidades da Região Metropolitana, e só pode sair de casa após prévio comunicado à central de monitoramento, para tratamento médico.

Jorge Guaranho não pode sair da cidade, nem manter contato com testemunhas ou qualquer pessoa ligada ao processo, além de comparecer periodicamente em juízo.

O advogado que defende o ex-policial penal disse que vai recorrer da decisão do Conselho de Sentença.

O julgamento começou na terça-feira (11) e terminou na última quinta-feira (13) no Tribunal do Júri, em Curitiba. Jorge Guaranho foi condenado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum.

No dia do crime, Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em uma festa que tinha como tema o PT e o presidente Lula, na época candidato à presidência.

As investigações apontaram que houve uma discussão após Jorge Guaranho ir ao local da festa de aniversário do tesoureiro do PT. O ex-policial penal foi embora, mas logo voltou armado, invadiu a festa e atirou várias vezes contra Marcelo Arruda.

Para se defender, o guarda municipal revidou com a arma que carregava em razão da função.

Marcelo Arruda foi socorrido, mas morreu um dia depois do crime, na madrugada de 10 de julho de 2022.

O guarda municipal deixou a viúva Pâmela Suellen da Silva e quatro filhos, sendo um deles com menos de dois meses.

Ministério Público do Paraná (MPPR) informou que vai analisar a decisão do desembargador para avaliar quais medidas serão tomadas.