O método consiste na liberação do mosquito Aedes aegypti, com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento do vírus no inseto e, assim, evita a transmissão de doenças, como dengue, zika e chikungunya. Com a alta de casos de dengue, tanto no Paraná quanto no país, essa é mais uma estratégia para controlar a doença.

A biofábrica de Curitiba, que será a maior do mundo, vai funcionar no mesmo endereço do Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A fábrica terá capacidade de produzir 100 milhões de ovos por semana, conforme a Fiocruz. Com isso, a expectativa é proteger mais de 70 milhões de brasileiros, ao longo de dez anos, e priorizar o envio dos Wolbitos, como são chamados os Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, para municípios com alto risco de dengue.

A fábrica ficará sob a responsabilidade do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado à Fiocruz, e da World Mosquito Program (WMP), detentora da patente do Método Wolbachia.
No Paraná, o último período epidemiológico da dengue, entre 2023 e 2024, foi o que mais registrou casos e mortes em decorrência da doença. Ao todo, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) contabilizou 596 mil confirmações e 610 mortes.

Este ano, foram inauguradas duas fábricas, no final de julho, no estado. Uma em Londrina, no Norte do Paraná, e outra em Foz do Iguaçu, na região Oeste, onde houve muitos registros de casos de dengue. Desde que entraram em operação, ao todo, foram soltos 20 milhões de Wolbitos nas duas cidades, sendo 13 milhões em Londrina e 7 milhões em Foz.

A coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Estado, Ivana Belmonte, falou sobre os resultados obtidos até o momento.

Livia Vinhal, coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, disse que o método Wolbachia é autossuficiente.

O líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira, explicou como começou a implantação do método no país.

Além da dengue, a biofábrica de Wolbachia é uma das principais estratégias e uma nova tecnologia no combate a outras arboviroses, como a febre amarela.