A taxa de transmissão do novo coronavírus disparou em Curitiba, segundo dados do portal da transparência da Covid-19 divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A chamada taxa Rt, que indica aceleração ou desaceleração da pandemia, chegou a números alarmantes nos últimos dias.

Conforme o portal, se a taxa Rt estiver em menos de um, indica desaceleração e se estiver acima de um, indica o avanço da doença na cidade. De acordo com dados atualizados nesta quarta-feira (12), a taxa de reprodução da doença está em 2,91. De forma direta, o número indica que a cada dez pessoas infectadas, outras 29 podem contrair a doença.

A taxa Rt, por exemplo, pode ajudar a entender o número de pessoas que contraíram a doença nas últimas semanas. Se no dia 01 de janeiro eram 1.401 pessoas consideradas como casos ativos da doença, ou seja, com potencial de transmissão do vírus. Nesta quarta-feira, eram 9.104 casos ativos na cidade, um aumento de quase 650% em apenas 12 dias.

O pico de casos ativos da doença em Curitiba aconteceu no dia 15 de março de 2021, quando 14.271 pessoas podiam transmitir o vírus na cidade.

Naquela ocasião, ainda no início da vacinação contra a Covid-19, a capital paranaense registrava o colapso no sistema público de saúde, inclusive, com a adoção da bandeira vermelha e com o fechamento de todos os serviços considerados não essenciais.

Em 18 de março de 2021, pela primeira vez, Curitiba passou de 100% na taxa de ocupação dos 479 leitos de UTI (100%) e nos 860 leitos enfermaria (101%).

Agora, em janeiro de 2022, mesmo com a taxa de reprodução do vírus crescendo significativamente, a taxa de internamentos está bem abaixo do que a registrada em março do ano passado.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação dos 65 leitos de UTI SUS exclusivos para Covid-19 está em 54%.

Já a taxa de ocupação dos 161 leitos de enfermarias SUS Covid-19/SRAG está em 70%.

Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, afirmou que, por enquanto, não há previsão para adoção de medidas restritivas, justamente, porque o número de infecções não se reflete em internamentos.

A principal medida que permitiu um número menor de internamentos das pessoas infectadas foi a vacinação, como explicou o diretor-geral da pasta, Nestor Werner Júnior.

De acordo com a SMS, desde o início da pandemia da Covid-19, 311.920 curitibanos foram diagnosticados e 7.826 pessoas morreram por complicações do vírus.