O barulho dos trens da Nova Ferroeste preocupa moradores de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Na noite desta terça-feira (24), foi realizada uma audiência pública no município para apresentar o estudo de impacto ambiental do projeto. A reunião aconteceu no ginásio de esportes Max Rosenmann, na Avenida Rui Barbosa. Marcio José Osligi, morador da Colônia Murici, bairro da região metropolitana de Curitiba, afirma que os ruídos que os trens vão causar o preocupam.

Marcio explica que por ser agricultor o sustento de sua família vem do terreno onde mora.

A construção vai dividir ao meio a chácara do morador Eldo Otávio Valengo que se sente triste ao pensar que o sonho de passar o imóvel onde nasceu para os filhos e netos não poderá ser realizado.

A Nova Ferroeste é um projeto do Governo do Paraná que vai ligar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por trilhos. Eles vão cortar o Oeste do Paraná, celeiro da produção de grãos do País. Há previsão da construção de dois ramais. Um entre Cascavel e Foz do Iguaçu, que vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina, e outro de Chapecó a Cascavel, viabilizando o transporte da produção do oeste catarinense.

O traçado do empreendimento foi realizado através de uma avaliação técnica de impactos socioambientais. Os parâmetros usados para definir são pensados para reduzir ao máximo os danos ambientais e sociais. O coordenador do plano rodoviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, explica que os danos serão reparados.

As obras, do projeto que está em fase de licença prévia, estão previstas para iniciar em 8 meses e terão duração de aproximadamente 7 anos, sendo leiloadas de forma integral. Nesta etapa estão sendo realizadas audiências públicas que fazem parte do processo de licenciamento ambiental, realizado pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O projeto vai a leilão na Bolsa de Valores (B3) no segundo semestre de 2022. A empresa ou consórcio vencedor fará a obra e poderá explorar a ferrovia por 99 anos.

Por Débora Reusing com supervisão de Felipe Harmata